9 de mai. de 2014

Meu Último Texto Pra Você

Acho que sempre vou te amar. Independente do seu futuro corte de cabelo, do seu jeito de vestir, do seu emprego novo, do seu próximo compromisso amoroso; nada disso mudará o que eu, mesmo não querendo, sinto aqui dentro. Por isso, faço deste meu último texto para você, minha última carta, meu ultimo lembrete de adoração, minha despedida. Te guardo hoje, num lugar que ainda é presente mas que, dentro de algum tempo já será passado. Deixo seu espaço em mim vazio, para que quem sabe, em um futuro próspero alguém o ocupe e considere aconchegante.
Guardo nossos beijos com sabor de menta, os abraços com cheiro de chuva, os sorrisos com brilho de alegria, as presenças com gosto de quero mais. Guardo tudo ! Guardaria você, se pudesse.
Não me vejo sozinha, na verdade é por isso que já não me vejo há meses. Olho no espelho e não encontro nada, nenhum reflexo. Tenho medo de que isso dure para sempre, mas, tenho tiras de esperança amarradas aos pulsos, iguais as fitas do Nosso Senhor do Bonfim, que a cada nó eqüivale a um pedido. Talvez eu acabe tendo de buscar ajuda psicológica, mas tenha certeza, nunca mais escrevo para você. Me fartei o máximo que pude de esperanças e decepções, e quero que somente as lembranças boas prevaleçam.
Meu coração está parando aos poucos, ou só reduzindo o ritmo, para que eu possa vê-lo partir, desta vez, para sempre. Mas eu juro, hoje, você vai para nunca mais voltar. Como você veio e me trouxe o sol para me aquecer, e você vive fingindo ir embora para me fazer provar do frio; agora sou eu quem veste o agasalho e pede que você vá. Vá encontrar conforto na sua metade perfeita, aconchego no colo amado, glicose nos lábios beijados.
Eu teria feito o que fosse preciso para te ver feliz, eu teria te dado a minha felicidade; mas, errei quando achei que você quisesse. Fui tola, você já tinha tudo isso e não precisava de nada do que eu tinha a oferecer.
Sinto como se houvessem agulhas caminhando junto do ar pelas minhas vias respiratórias, elas perfuram todo o espaço que percorrem, e dói. Permitir que você tente desaparecer da minha vida, não curará minha enfermidade, você jamais deixará de ser meu câncer e ao contrário do que você pensa, o tempo não te fará desaparecer de mim -temo que te torne ainda mais presente.
Não sei se eu fui o suficiente -suspeito que não-, mas, isso já não me incomoda como incomodava há algum tempo. Eu fiz o meu máximo e se não te bastou, a mim só cabe o lamento, eu sei que valeu a pena.
Sobre eu nunca ter usado as palavras "eu te amo", o que tenho a dizer é que eu não sentia medo ou insegurança quanto a te amar, era só uma tentativa vã de me proteger, era só uma tentativa que hoje não é mais necessária. Por isso, aqui, nesse último parágrafo eu digo, claramente, que eu te amo, sempre te amei e sempre vou te amar. E que cada lágrima que se deitar sobre minha face, seja como um beijo meu que te toca o rosto; não levando em consideração a distância, nem o clima, nem o humor do seu coração, que você os receba sempre cheios de doçura e carinho, se lembrando sempre que são de alguém que todos os dias quando acorda, lembra de agradecer a Deus por poder amar você.

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