15 de ago. de 2018

Matinal

Em sono profundo ele sequer se movia. Apoiada na cama sobre o cotovelo direito, eu estava contra o sol -que a essa hora passava pela janela transformando o quarto elegantemente branco na maior festa de cores- apenas para que eu pudesse observá-lo dormir enquanto evitava alterar o ritmo da respiração. De bruços, seu corpo repousava inerte. Uma linha perfeita, desenhava o contorno de seu corpo. Quase virado em minha direção, cada detalhe seu estava a mostra. A pele branca sobre os músculos fortes brilhava sob a luz da manhã, e os antebraços másculos e peludos ao lado do rosto de maxilar marcado e olhar inocente o tornavam ainda mais sensual. Os lábios rosados, como os de quem pede um beijo, traziam delicadeza ao rosto barbado. E as mãos - ah! as mãos ! - agora tão quietas e fingindo inocência sobre onde um dia estiveram dançando os ritmos mais devassos já vistos.
Devagar me inclino em sua direção, tomando cuidado para não me mover bruscamente e acorda-lo em susto, corro as costas da mão pelo seu dorso e com leves beijos eu o incentivo à se virar de barriga para cima. Ele se vira. Me ponho em cima dele. Respirando proposital e descompassado próximo ao seu ouvido, eu desço ao pescoço, beijando, mordiscando. Meus braços sobre os seus braços, aumentando meu controle sobre seu corpo. Percebo que lentamente ele abre os olhos, e me fita como há algumas horas atrás, cheio de luxúria. Firmando minha intimidade sobre sua barriga , lanço o quadril pra trás grudado a ele, e chegando ao seu sexo posso senti-lo firme -ereção matinal, obrigada.
Ele põe então seus braços atrás da cabeça e eu vejo seu peito inchar com uma profunda inspiração. Encaro como um sinal para continuar. Quase que em câmera lenta meu quadril se movimenta em círculos sobre ele. Eu não uso sutiã ou roupas, tudo que há entre nós é sua cueca box. Ele tira as mãos de trás da cabeça e as leva aos meus seios, os segura com força e utiliza o polegar esquerdo para acariciar meu mamilo enquanto me olha com desejo , leva então a mão direita a minha boca e molha as palmas dos dedos com minha saliva, logo após fazendo com que cheguem a minha intimidade. Respiro com dificuldade.
Delicadamente ele corre a mão pela minha virilha, pelo monte de Vênus, encontra os lábios e os molha com a saliva pega em minha boca. Sinto que minha excitação já molhou sua cueca, ele também o percebe. Corre os dedos até a fonte e busca mais líquido, em sua volta deslizante encontra algo que sabe usar muito bem.
Sem toca-lo diretamente, ele afasta os grandes lábios e aproveita para massagear toda a região ao redor. Seu membro está cada vez mais duro embaixo de mim. Ele quer que eu o peça para me tocar. Eu o peço.
- Por favor - enquanto eu disparo o olhar mais pervertido que consigo.
Ele me toca, e agora meu corpo é quem rege o ritmo. 
Ora respiro e ora me contorço sobre ele, seu consciente conhece o que cada gemido meu quer dizer e sem pensar duas vezes obedece. Ele tira as mãos de mim e as devolve em meu bumbum, me empurrando muito rapidamente para cima de seu rosto. Ele encaixa seus lábios em mim. Firmo as mãos na cabeceira da cama e meu gemido ecoa longe, meus olhos não veem mais muita coisa.
Ele me suga como se sua vida dependesse disso. Eu seguro meus seios e aperto o peito para evitar que meu coração pule fora de mim. Sua língua percorre todo o meu interior, cada pedaço da minha intimidade agora tem dna dele. Eu já não consigo manter nem o tom de voz, conforme meus quadris se movem sobre sua boca o som que vaza dos meus lábios não é mais decisão minha. 
Um calor sob a pele começa a correr, como se as veias estivessem queimando, enquanto o ritmo da sua língua se intensifica a queimação aumenta. Sinto pressão na cabeça, o coração acabou de partir para os 100m rasos, meu sexo emite vibrações para todo o restante do corpo e agora a adrenalina está quase me matando. 
Quando ela de repente mata ! Tudo se escurece, sinto que meus olhos já não veem a direção certa, meu corpo age involuntariamente e sinto que ele me segura enquanto não exerço poder sobre mim mesma, consigo me observar de longe, não ouço nada mais. Êxtase completo. No escuro eu vi a imensidão do mundo, e não havia nada além dessas 4 paredes, o mundo estava aqui, tão grande e tão pequeno que eu poderia segurar.
Após o ápice, retornando a minha carcaça, eu o vejo chupar os próprios lábios enquanto ofegante eu me movo para sair de cima de seu rosto. Deito-me ao seu lado e ao fechar as pernas sinto os choques que ainda correm, tenho de mantê-las abertas mais alguns segundos. 
Como que num flash ele se vira e apoiado sobre os cotovelos e joelhos se põe sobre mim. Uma onde de tremores me percorre quando ele me beija. Com os braços e pernas laçando-o eu o agarro colando a mim. Posso ver que seu membro já não se contém dentro da cueca box. Passo a mão por entre nossos corpos e o alcanço, seguro. É nítido que seus pensamentos estão fora do ritmo normal.
- Tira a cueca ? - eu digo em tom de súplica.
De prontidão, ele tira, e de joelhos sobre o colchão lança com força, rapidez e agilidade minhas pernas aos seus ombros. Se posiciona melhor e com toda a calma corre seu membro por toda a área ainda pulsante do orgasmo tido por mim há pouco, em um vai e vem que me inebria e me deixa ainda mais úmida, ele agarra minhas pernas com força e ordena:
- Quieta. - Eu me vejo sob o domínio do homem que tenho. Apenas consinto com olhar e ele se volta ao que está fazendo.
Posiciona-se e, como que medindo cada pedaço meu, me penetra. De início lentamente, enquanto nossa excitação se torna uma só em nossos sexos ele me acaricia as pernas, me beija os tornozelos e mantém seu olhar fixo em mim. Conforme o ritmo da penetração aumenta ele vai ainda mais fundo, e cada vez parecemos mais próximos. Suas mãos agora agarram meus seios e o bumbum com tamanho desespero que as marcas roxas de amanhã estão garantidas.
Em súbito ele se retira de mim, me virando como a um lençol caro e leve, me põe de 4. Meus longos cabelos claros, antes finos e ondulados agora são cordas resistentes em que ele enrola suas mãos. O homem doce de barba e cabelo escuros já não existe, e eu adoro sua versão atual.
- Empina. - Ele diz, em ordem, já colando meu rosto ao colchão, meu bumbum vai à altura, e após acariciar -dessa vez não tão lentamente- meu sexo, ele firma sua outra mão sobre meu quadril me prendendo a ele e me penetrando novamente. Elevo o rosto e um grito sai de mim vazando pelos corredores daquele prédio. Ele me olha em tom de castigo e se retirando novamente, volta a me penetrar com toda a força, outro grito de tesao incontrolável se esvai. Dessa vez seu ritmo é intenso, seu corpo quer ser parte do meu e é, de algum jeito, é. Sua respiração descontrolada, meu corpo num ângulo antes nunca conhecido e o impacto que seus quadris causam aos meus é arrebatador. Cada vez mais fundo, cada vez mais rápido. A penetração mais intensa que uma manhã podia oferecer numa dança onde os corpos se fundem enquanto se "fodem". Aqui, entre nós dois, o lema que se segue é "mais fundo, mais forte". De relance, pelo espelho na parede, posso nos ver e a cena causaria inveja a qualquer mortal que acompanhasse.
Recebo dois tapas no bumbum e ele ainda segura meus cabelos. Seguindo seu ritmo, eu mal consigo me mover quando estou prestes a ter meu segundo orgasmo do dia.
De cara com as cobertas e o som dos gemidos sendo abafados, sinto-o estocar ainda mais rápido sentindo-me contrair em seu membro enquando meu clímax se aproxima, e ele chega, simultaneamente para nós dois. Posso sentir quando seu corpo se curva e ainda dentro de mim ele pulsa, o líquido quente sendo inteiro jogado dentro de mim ao passo que nossos corpos não se descolam no que parece ter sido um fim do mundo só nosso.
Num suspiro nós colocamos deitados um ao lado outro sobre o colchão, e descansamos mais alguns minutos antes de encarar novamente o mundo lá fora. Bem mais leves, é claro, que em qualquer dia normal.

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